Esclarecimento importante a respeito do meu nome (e ainda os fogos)

31 08 2013

Como já devem ter visto no about, este blog não é anómimo. Sendo assim, como me chamo Maria do Carmo Gomes da Silva, tenho de deixar claro que não estou de nenhuma forma relacionada com o Secretário de Estado das Florestas. Não sei se ele “distingue um chaparro de um eucalipto” como disse Jaime Soares ,Presidente da Liga dos Bombeiros Portgueses, a respeito de pessoas colocadas à frente do ministério da agricultura, mas pelo que tenho visto, não me parece perceber muito de florestas.
Acrescento que me relaciono familiarmente com as florestas, considero-as minhas irmãs, pois meu pai dedicou-lhes uma vida inteira. São minhas irmãs mas elas compreendem e darão a vida para poupar vidas humanas. Elas ardem ,mas os filhos delas renascem explosivamente depois de um fogo. Meu pai, falecido em 2005 possivelmente conheceria alguns dos ditos “responsáveis”.Assim sendo , e como também os referidos podem tê-lo conhecido,uma vez mais digo, com muito orgulho, que meu pai , Cecílio Gomes da Silva, era engenheiro florestal (antes designava-se por engenheiro silvicultor e o curso era Silvicultura) , sempre trabalhou nos então Serviços Florestais e muito sabia sobre floresta e fogos. Ele estaria , se fosse vivo, a escrever ou já teria escrito mais artigos sobre os erros de informação ao público que os media alimentam, e sobre outras questões mais técnicas a respeito do combate ao fogo ,ordenamento da floresta. Sobre a prevenção que não achava exigisse a “limpeza” que eles querem , isto é, a destruição do sub-bosque que faz parte da floresta enquanto ecossistema. Há outros meios – corta fogos por exemplo, plantação de espécies menos combustíveis do que o eucalipto e o pinheiro -mas estas soluções são, contudo, desinteressantes para quem quer fazer lucro rápido e chorudo, ou seja , as celuloses. Como sou formada em Economia,o que sei sobre este assunto vem dos artigos que escreveu e das conversas, pois era tema que muito o preocupava. Meu pai tinha alguns inimigos no sector das celuloses… Talvez por isso, ninguém o convidou para o lançamento do novo mapa de sensibilidade ao fogo feito em computador (calculo que actualizado, pois agora há ainda mais eucaliptos…) mas baseado nos indicadores utilizados por meu pai para a elaboração do primeiro mapa de sensibilidade ao fogo que realizou para os serviços florestais em 1981 com as técnicas antigas: à mão, com mapas em papel e com os seus conhecimentos do terreno. Os autores do novo mapa apenas o mencionaram no prefácio, mas convite não houve. Não que ele se tenha importado, pois não era o protagonismo que o movia, mas a mim pareceu-me muito mal. Não apenas a mim que sou sua filha e portanto, parcial, mas por exemplo ao Engenheiro Victor Louro que o conheceu e que, melhor que ninguém lhe pode fazer justiça, profissionalmente. O Engº Victor Louro escreveu algumas palavras importantes sobre meu pai, publicadas no blogue IN EXTENSO de Raimundo Narciso um artigo que muito me comoveu e que agradeço.





Mais uma morte evitável no combate ao fogo e de novo a voz de meu pai

23 08 2013

Mais uma morte no combate aos fogos. Vi as imagens ontem, imagens que nem a privacidade das pessoas respeitam (mas essa é outra questão). Nas imagens que vi reparei que havia eucaliptos ,disseram que era “zona florestal”. Meu falecido pai , Cecílio Gomes da Silva, que os leitores do blogue já vão conhecendo, engenheiro florestal, que conhecia o país na sua orologia (esta palavra o google desconhece mas é a ciência que estuda as montanhas) e respectivo povoamento florestal como a palma da sua mão, sobretudo a parte do país que agora é moda chamar “Portugal profundo”, conhecia de cor, não por andar em passeatas todo o terreno mas por ter passado uma vida a demarcar as matas do Estado e Baldios, de jipe por caminhos pedregosos, estradas florestais, para andar depois a pé muitos quilómetros com os homens que com ele penetravam na floresta de então que era bem mais densa e extensa. Nesse tempo a chamada “limpeza” não era mote e alibi e fazia-se naturalmente nos pinhais mais próximos das povoações, pois o povo precisava de ramos caídos e pinhas e algum mato, mas esta é também outra questão… Mas não era isso que impedia que houvesse fogos, sempre os houve sendo a motivação principal a ganância e, então como agora, era residual o fogo por vingança ou piromania. Quanto aos baldios, meu pai sempre defendeu que ao povo deviam pertencer e por ele deviam ser geridos… e não está feito o estudo estatístico de quais ardem mais , se aqueles cuja gestão pertence ao povo, organizado em comissões, se os que são geridos pelas autarquias ou Estado…
Quanto aos eucaliptos, meu pai sempre recusou chamar floresta aos eucaliptais em Portugal (num dos muitos artigos que escreveu sobre eucaliptos e sobre fogos disse que o nome do país deveria mudar para “Portucaliptal”), dizia que “só na Austrália é que há florestas de eucaliptos e também lá há coalas”, acrescentava, sempre pronto a brincar com as palavras e metáforas, com mais ou menos sarcasmo, consoante a gravidade do assunto comentado: o nome técnico dos nossos eucaliptais é TALHADIA DE EUCALIPTO, chamava-lhes fábricas de produção de material lenhoso que engordam os lucros das celuloses e chupam ao terreno toda a água e toda a escassa fertilidade ao fim de algumas colheitas …
E foi para salvar os lucros das celuloses que morreu uma jovem de 22 anos? A morte nunca faz sentido eu sei, mas há algumas que nos revoltam as entranhas, só havia eucaliptos , talvez algum pinhal também, nem uma casa em perigo, por que razão se arriscou a vida dos combatentes do fogo? Por incompetência? Não atirem as culpas ao vento, ele sempre andará a dançar num fogo que está a ser combatido, arrefecendo de um lado e aquecendo de outro. NÃO SE ARRISCA! Quando não há casas habitadas, vidas em perigo, DEIXEM ARDER OS LUCROS DAS CELULOSES E POUPEM A VIDA DOS SOLDADOS DA PAZ!!!!!!!!!!!

Jovens que amam a floresta e que querem a ela dedicar estudos e vida, leiam os artigos de meu pai e de outros poucos que, como ele defendiam e/ou defendem as mesmas ideias, desenvolvam-nas e apliquem-nas e NÃO SE VENDAM às celuloses!

PS: o pormenor de ser um pinhal ou eucaliptal o sítio onde morreu a jovem bombeira é irrelevante para a tese acima defendida. AS celuloses trituram tudo, jáhá uns tempos que, nos terrenos arrendados ou vendidos pelos proprietários às celuloses, procede-se da mesma forma, talhadia de pinheiro, o que é preciso é dinheiro em caixa rápido. Ainda outro pormenor, este relevante, o eucalipto e o pinhal regeneram espontaneamente. O eucalipto até regenera ordeiramente junto à raiz da mãe ardida, não é preciso fazer nada. A rega, essa é feita pelos bombeiros, portanto tudo a correr bem… para as celuloses. É só esperar um bocadinho mas sai mais barato do que adubar, quando a produção já é reduzida ou difícil de colher. Depois do fogo, fica tudo limpinho e os eucaliptos crescem na boa… com o pinhal há só que desbastar pois a explosão das pinhas (mais a rega dos helicópteros) faz brotar pinheiros por todo o cm2…





Putas , chulos e os outros…

17 08 2013

Governos e muitas autarquias estão ocupados por putas (se preferirem digo prostitutos pois a maioria são homens) cujos chulos são directa ou indirectamente os banqueiros e respectivos grupos económicos que detêm também os media. Jornalistas na maioria já se prostituiram, infelizmente. Há fogo no Funchal a queimar a laurissilva, Património da Humanidade e nem uma entrevista rápida ao presidente da Câmara (pois já verifiquei que ele anda lá no meio da confusão quando há desgraças como esta e outras , não está no gabinete).Porquê? Porque ele costuma dizer verdades incómodas. Quanto ao despedimento de funcionários públicos nem o jornal “Público” foge à tendência (de dizer o que os grupos económicos que detêm os media respectivos que lhes dão emprego bem como por inerência os prostitutos do governo querem que se diga) : comparar a falência do Estado à das empresas privadas. Falácia pura e própria de ignorantes , vendidos, invejosos , e gente de má fé. Tirem-se então as consequências do raciocínio: uma vez que dizem que os funcionários deveriam ser equiparados ao privado, uma vez que dizem que o Estado não tem dinheiro, que há excedente professores e auxiliares ( estes últimos designados agora por agentes operacionais ou coisa parecida),e haverá da mesma forma também médicos e enfermeiros a mais, então, que se fechem os serviços todos como nas empresas privadas, quando entram em falência. Deixem a polícia, o exército e as finanças, o resto fechem. Acabem com a educação pública e com o SNS de uma vez. Mandem todos os doentes sem diagnóstico fatal para casa. Ponham os bancários e os agentes das finanças a preparar injecções para terminar o sofrimento e os gastos desnecessários com doentes que estão condenados na mesma, coloquem a polícia (que, nesse caso, faria todo o sentido chamar agentes operacionais) a tomar conta das escolas e recintos escolares impedindo a saída dos jovens para não irem para a droga, os jovens e garotos poderiam usar computadores, partir algum património escolar , mas sem exagerar e jogar à bola, pois eles não precisam de língua portuguesa, matemática, física, química, história , geografia, etc, tudo tretas, que não aprendem na mesma em turmas de trinta e muitos alunos, o que é preciso é que alguém tome conta deles para os pais poderem ir para o trabalho sossegados e os pais desempregados poderem ir para o café ou taberna sem os miúdos a chatear. O exército para evitar tumultos sociais inevitáveis…

Os directores de escolas para lá caminham, para a prostituição, se não se demitirem em bloco ao verificarem que as escolas se tornarão lugares ingeríveis, incontroláveis, inseguros, com o despedimento dos auxiliares e com a redução de professores .

Claro que o sonho impossível seria que TODOS os professores e Profissionais das escolas públicas e TODOS os profissionais do Serviço Nacional de Saúde, atacados no bom nome da sua profissão, declarassem a recusa à prostituição e enviassem a carta de rescisão, esclarecendo que não são “entertainers”, são agentes de ensino e educação, que são médicos e não agentes do governo na eutanásia lenta de doentes que não recebem a medicação prescrita por falta de dinheiro, que não recebem os cuidados necessários por falta de enfermeiros e auxiliares…

Talvez assim os restantes portugueses percebessem que os impostos não foram criados para salvar os chulos chamados banqueiros, mas para garantir serviços essenciais que não podem ser privatizados pois, se servirem toda a população e não apenas os ricos, não darão lucro nunca.

Adenda incómoda para alguns, lamento mas é verdade: Entretanto os bancários estão a tornar-se os únicos privilegiados com emprego seguro pois os bancos são as únicas empresas que não vão à falência, o Estado injecta nelas o dinheiro dos contribuintes e é uma festa, seja o banco bem gerido ou mal, os executivos ganham os milhões e os prémios na mesma e nunca vão presos.





75ª Volta a Portugal: 5ª etapa-Oliveira do Bairro

14 08 2013

Pois lá estive , mas a memória do telemóvel estava cheia e não tenho fotos. Também seria difícil ter boas fotos, as barreiras junto à meta são muito altas e eu não sou alta , depois há uma multidão de braços a tirar fotos… felizmente havia um ecrã gigante. Muita gente , mesmo muita, é bom saber que o ciclismo por aqueles lados continua vivo (Oliveira do Bairro,Sangalhos,Anadia), uma tradição que seria muito bom alentar. Que é boa alternativa às tradições trogloditas relacionadas com touros e que tem mais participantes seniores do que o futebol. O esforço envolvido pelos atletas numa etapa é muito superior ao de um jogo de futebol.Claro que não é fácil seguir uma etapa como o é num estádio. Mas não se paga bilhete no ciclismo de estrada. Há que definir prioridades: ou estamos na meta ou na partida ou andamos de carro à procura dos pontos por onde passam e nesse caso , é uma espécie de gincana 🙂 . O sol estava quente na segunda feira passada e havia poucas sombras na meta. Espero que em Viseu haja mais espaço onde se tenha boa visibilidade. Lá estaremos para assistir ao final da volta seja para aclamar um português ou um não português isso não interessa muito, embora , claro está , preferisse um português!

Quanto à etapa da volta de ontem: 700 participantes é espectacular!

Ver aqui





75ª VOLTA: 2ª etapa Viana do Castelo

10 08 2013

Hoje tudo foi um pouco estranho . A organização da volta uma vez mais criou situação de perigo grave. Como é possível que tão perto da meta tenham uma bifurcação sem vedar o caminho que não é o correcto???? Como é possível ? Espero que Joni Brandão da Efapel (cuja estratégia foi no mínimo, estranha) e Petrov , da Caja Rural se queixem da falta de organização da etapa. Podiam ter ganhado se não fosse aquela bifurcação não sinalizada devidamente. Caíram sem gravidade, parece, felizmente. Mas calculo a frustração.

Já não é a primeira vez que os ciclistas seguem por outro caminho por falta de sinalização mas tão perto da meta é criminoso.

Por isto tudo também a vitória de Rui Sousa deve ter um sabor algo amargoso calculo eu.

Notícia mais completa no Record.





Um pouco de boa música…

8 08 2013


Já há muito tempo que não posto música clássica. Isto é uma mistura de clássica e jazz, acho eu.
Nora já é famosa e já aqui coloquei vídeos dela.