Foi com agrado que vi aparecer e ganhar visibilidade uma voz dissonante à monocromia da pedagogia da treta, ao eduquês como lhe chamou Crato, voz que vem do terreno, da experiência da sala de aula no ensino básico e secundário: refiro-me a Gabriel Mithá Ribeiro (Pedagogia da Avestruz e Lógica dos Burros), não tenho conhecimento de que outros tenham teorizado a sua oposição de forma tão sistemática. Não quero com isto dizer que esteja de acordo com tudo o que diz, mas apoio muito do que diz.
Poderia subscrever na íntegra o que diz Crato no seu livro O Eduquês. Apesar de não vir do trabalho no terreno do ensino básico ou secundário, resulta da análise documental (dos documentos legais) e da lógica: esta pedagogia da treta que designou por eduquês (cuja fundamentação teórica verificou ser muitíssimo fraca e duvidosa) não pode resultar. Os resultados estão à vista. Q.E.D.
Na blogoesfera, o blog a Educação do meu umbigo é já uma referência em tudo o que respeita à política educativa e tem sido muito consequente na forma de crítica sempre profunda e fundamentada às decisões e medidas caóticas e surrealistas tomadas por esta equipa ministerial. É também o site que mais rapidamente actualiza a informação quanto a mísseis tomalákieuáksei (este nome inventei agora) provenientes do Ministério da Educação, faz um belíssimo trabalho de clipagem dos blups (nome mais curto para designar os mísseis tomalákieuáksei ) em forma de lei ou projectos de lei, de decretos ou outros regulamentos rodrigais ou valterianos e das reacções a eles na imprensa.