Um post de Pedro na Escola a não perder sobre os microcosmos escolares do post simplex.
Concordo, como já aqui defendi , com uma avaliação externa das escolas e sou contra esta fantochada da avaliação individual, simplex ou compliquex, nada impedirá que os amiguinhos do poder instalado arrecadem as quotas ou quotinhas. Mas a avaliação externa deveria ser aperfeiçoada. Não se compreende que os painéis entrevistados sejam seleccionados pelos presidentes dos CE, ou seja, pelos próprios auditados.
O outro texto do mesmo autor sobre o SIADAP mostra de forma bem viva o absurdo das quotas.
O que mais me chocou foi saber como muitas escolas resolvem o problema. Fraudes chamo-lhes eu. Se tivessemos que estabelecer quotas para os alunos iriamos alterar as classificações atribuídas , só para fazer saltar um dos alunos excedentes da quota? Qual? O menos bonito, o de olhos azuis? O de pele escura? Enfim, aquele que nos apetecesse. E tudo se resolve à boa maneira portuguesa cada vez mais treinada na falcatrua, desde a mais “inocente” até à mais desastrosa ou mesmo criminosa…..O que é preciso é improvisar, resolver os problemas caso a caso, hoje assim amanhã assado, com este cozido, com aquele grelhado…. e, claro está, saber agarrar as oportunidades e sermos “astutos”. Se tivermos a oportunidade de roubar a galinha da vizinha também o faremos… ou aplaudimos se a vizinha ficar sem galinha porque alguém veio( um fato negro do Estado ou das cobranças privadas por exemplo) e levou a galinha. Mesmo que a não comamos nós, ficamos contentes. É o princípio da inveja fomentado por este governo : se eu não tenho galinha aquele ou aquela também não devia ter!
«Topas meu? Ser honesto e solidário é ser bué de bronco, é ser “da”.”» (tradução no idioma juvenil da praxis mais frequente do adulto médio português, traduzindo a reprodução da ética dominante)
Como bem disse um colega numa reunião do planeta pra-frentex (embora não tenha assistido à dita) este governo aplica a teoria dos jogos.
Agora mais ainda, entregar aos indivíduos as decisões de resistir ou não, se essas decisões dependem do que os outros fizerem, no segredo ou às claras, tudo isso está estudado matematicamente . O “dilema do prisioneiro” está a ser aplicado. Mas as escolas não são (ainda) prisões, são aquários, por enquanto. Tudo se sabe. Aconselho um estudo da teoria dos jogos a quem queira perceber ou delinear estratégias. Mas cuidado, o expoente máximo nessa área, John Nash, era ou ficou esquizofrénico, como se pode ver no filme “Uma mente brilhante”. O chamado equilíbrio de Nash é bem mais complicado do que o “dilema do prisioneiro”.
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