Ave Maria (Gounod e Schubert)

28 01 2020

Vêm pessoas aqui ao meu blogue frequentemente consultar um post que fiz há anos sobre estas obras. Calculo que seja difícil descobrir as diferenças, dado que ambas se sobrepõem ao Prelúdio nº 1 de Bach , mas são muito diferentes. A começar pela letra, mesmo quando as duas estão em Latim.

Schubert:

Ave Maria Gratia plena
Maria Gratia plena
Maria Gratia plena
Ave, ave dominus
Dominus tecum
Benedicta tu in mulieribus
Et benedictus
Et benedictus fructus ventris
Ventris tui, Jesus
Ave Maria
Ave Maria Mater Dei
Ora pro nobis peccatoribus
Ora, ora pro nobis
Ora, ora pro nobis peccatoribus
Nunc et in hora mortis
In hora mortis nostrae
In hora mortis, mortis nostrae
In hora mortis nostrae
Ave Maria

Gounod:

Ave Maria
Gratia plena
Dominus tecum
Benedicta
Tu in mulieribus
Et benedictus
Frutus ventris
Tui, Jesus

Sancta Maria
Sancta Maria
Maria
Ora pro nobis
Nobis peccatoribus
Nunc et in hora
In hora mortis
Nostrae amem
Amem

Portanto , na obra de Schubert não há “sancta Maria” nem “Amen” no final.

Schubert , aliás , compôs uma canção com outra letra , em Alemão e a canção chama-se “Hymne an die Jungfrau” [ Ellens Gesang III (Ave Maria!)], D. 839, Op. 52, No. 6, 1825 (mais sobre esta obra na Wikipedia)

Transcrevo a letra original em Alemão (da wikipedia onde está a tradução) e deixo um vídeo do you tube em que se canta essa letra original.

Ave Maria! Jungfrau mild,
Erhöre einer Jungfrau Flehen,
Aus diesem Felsen starr und wild
Soll mein Gebet zu dir hin wehen.
Wir schlafen sicher bis zum Morgen,
Ob Menschen noch so grausam sind.
O Jungfrau, sieh der Jungfrau Sorgen,
O Mutter, hör ein bittend Kind!
Ave Maria!

Ave Maria! Unbefleckt!
Wenn wir auf diesen Fels hinsinken
Zum Schlaf, und uns dein Schutz bedeckt
Wird weich der harte Fels uns dünken.
Du lächelst, Rosendüfte wehen
In dieser dumpfen Felsenkluft,
O Mutter, höre Kindes Flehen,
O Jungfrau, eine Jungfrau ruft!
Ave Maria!

Ave Maria! Reine Magd!
Der Erde und der Luft Dämonen,
Von deines Auges Huld verjagt,
Sie können hier nicht bei uns wohnen,
Wir woll’n uns still dem Schicksal beugen,
Da uns dein heil’ger Trost anweht;
Der Jungfrau wolle hold dich neigen,
Dem Kind, das für den Vater fleht.
Ave Maria!

Já agora fica também  o Prelúdio nº 1 de Bach , com a partitura , caso alguém esteja a praticar piano é um ótimo exercício. Também para quem tem voz e quiser praticar qualquer das versões  tem aqui acompanhamento.





Post de prova de vida

24 01 2020

Pois é mesmo para picar o ponto este post. Tenho cada vez menos para dizer, ou melhor, cada vez menos vontade de dizer coisas. Não vale a pena mesmo, pois cada um só toma atenção ao que publicam os que o guiam ou têm a mesma opinião. Andamos assim há já muito tempo mesmo. Não acho que as redes sociais tenham culpa , são apenas reflexo do que de facto se passa na sociedade civil.

Nada mais havendo a dizer foi encerrado o post que vai ser abrilhantado com uma musiquinha.

 





José Mário Branco (“Inquietação”-RTP)

20 01 2020

Calhou, numa pesquisa que estava a fazer sobre a canção de Zeca “Vejam bem”, encontrar isto. Não consegui deixar de ver tudinho, pois não conhecia o percurso de José Mário Branco. De facto, conhecia canções, sabia que era um génio nos arranjos, sabia. O resto não sabia. Ele também não conta tudo. Mas parte do que não conta não tem qualquer relevância hoje. A reportagem está muito bem feita , acho eu.  Adorei algumas opiniões dele… são mais descrições do que ele via e ouvia – sobre os anos oitenta , os jovens, a música. Fartei-me de rir nessa parte. Gostei de saber o que significou para ele a opus (vamos chamar-lhe assim) “FMI” e gostei da sua recusa em gravar essa obra. Evolução interessante, pena eu ter andado sempre tão ocupada com outras coisas, nunca fui a um concerto dele, aliás, a bem dizer e diga-se de passagem que nunca fui a um concerto dos músicos da minha geração (um pouco mais velhos, mas não conta)  . Fui a um no coliseu muito perto (nem eu adivinhava) da revolução de abril, mas antes dela: o concerto no coliseu onde esteve Zeca e outros. Nem vou tentar descrever o que senti , foi mesmo especial, a Grândola (com os respetivos passos) a plenos pulmões  (afinada e com a letra toda) cantada por todo o coliseu (que aguentou bem a trepidação) foi qualquer coisa de indescritível, sobretudo por estarmos em março de 74. .. Pois é por isso e não só que me sinto da geração dele, mas o facto é que sou mais novinha e atravessei outros desertos…





Tentando combatê-las…

18 01 2020

Estou em guerra com a formiga da Argentina, infelizmente , guerra química, não vi outra forma, há formigueiros dentro das paredes, nas escadas dentro de casa, em todo o lado. Não as quero dentro de casa. Não abuso das borrifadelas para dentro dos buracos de onde as vejo sair. Aquele pó assassino que sei que existe. claro que não uso , tenho gatos, devia ser proibido mesmo. Uso um dos borrifadores (sprays) de marca conhecida. Experimentei fermento misturado com comida de gato, elas no princípio morriam, agora já se adaptaram , vi até uma geração com barrigas grandes, mas de boa saúde. Voltei aos métodos convencionais , espero que a rainha ou rainhas morram, mas vou vendo se conseguiram sair e assim que vejo uma formiga maior com entourage mato-a bem morta. Serão as herdeiras da terra, já deram cabo das outras formigas (1), é raro ver as pretas grandes na floresta , as grandes de rabo vermelho desapareceram, mesmo as pequenas de rabo vermelho estão a desaparecer (realço que as formigas grandes, sobretudo a de rabo vermelho são predadoras do inseto vetor do nemátodo- o longuicórnio- que arrasou os nossos pinhais e foi em grande parte responsável pela completa ou quase completa substituição do pinhal por eucaliptal em regime de talhadia) . A formiga da Argentina, ou seja, a pequenina, adapta-se a tudo mais rapidamente, pois  cada ninho tem várias rainhas, nunca se guerreiam , qualquer obreira é aceite em outro formigueiro, por isso é uma guerra perdida, pois não vou fazer nada nas árvores, sou contra pesticidas na agricultura. Só quero tirá-las de casa, não se pode ter nada à vista, as tijelas dos gatos têm de estar em pratos com água, estou fartinha, nem um abacate encetado se pode ter ao alcance delas, as latas das bolachas estão artilhadas de papel para fecharem bem. Não consegui secar figo nenhum por causa delas. Estou fartinha… Quanto às árvores procuro adubá-las bem, na esperança de que resistam ao pulgão que é a criação de gado da formiga referida. Matam os predadores do pulgão, matam predadores colossais como a aranha saltadora ( a portuguesa caçadora que não faz teia, existe em todo o país). Aqui há uns anos, vi um animal muito esquisito  tipo aranha, no chão a andar devagar, nunca tinha visto uma aranha tão peluda, pois foi o que me pareceu à primeira vista. Baixei-me para ver melhor: era uma simples aranha saltadora toda coberta de formiga da argentina. Obviamente fui buscar água e salvei a aranha , mas fiquei mesmo assustada com a ousadia destes seres que invadiram o mundo todo. Há quem diga, ou  li algures, que pesam mais que a humanidade. Não sei que contas fizeram , mas não é impossível ,tendo em conta a densidade populacional dos ditos bicharocos e respetiva taxa de reprodução.

E não, não se pode exterminá-las.

(1) Não é só a formiga da Argentina a matar formigas autóctones da floresta, o povo ignorante encarrega-se de fazer o mesmo.

P.S. Entretanto encontrei este post sobre a formiga da argentina https://vidaterra.wordpress.com/2011/09/17/a-invasora-argentina/





Bom Ano de 2020!

1 01 2020