Desaparecido

28 10 2010

Sou forçada a desvendar o mistério relativo a Vale de Corvos. O meu gato que esteve comigo durante 16 anos, conheceu a liberdade tarde demais. Apesar de só desde Junho o ter trazido para o “campo” e deixado em relativa liberdade,  depressa definiu o seu território o que o levou a perseguir um gato que lhe invadiu a propriedade. Pelos vistos, esta era grande demais para ele, já que anda perdido há três dias, provavelmente desorientado. Foi em Vila Nova de Poiares, no lugar de Cabeças. Estará  já longe , se estiver vivo. Em desespero, para além de colar papéis por tudo quanto é sítio e ter enviado anúncio para o Diário das Beiras, também acho que devo dar aqui a notícia. Não só para desabafar e “partilhar” a tristeza mas também por haver a probabilidade, muito remota, de algum leitor ou amigo de leitor, que viva para estes lados, o ter avistado.

O meu e mail está no perfil mas repito-o aqui: mcgs05@gmail.com





Eu não quero scutar nem adotar nem pagar a crise, mas…

19 10 2010

Eu scutarei num destes dias , chiparei vela via verde e adotarei o acordo ortográfico que ainda não conheço mas vou tentar fazer os possíveis por escrever mal, ou seja adotar a norma .

 Será que vou escapar à justa de me ser taxada a pensão pelo IRS dos ativos? Será?… Não se fala em cortes nas pensões , só congelamento… será mesmo? No corte das deduções não escaparei, nem no IVA , está bem de ver.

Não me está a parecer que vá haver grande contestação. O “nosso” pessoal é de tradições, um cheirinho de Salazar até lhes sabe bem e o Sócrates está empatado com o Passos Coelho , o PS empatado com o PSD, pois o povo acha que são a mesma m… o orçamento é mesmo mau, socialmente cruel,mas, acha o tal povo,  que é a classe média, que sim, deve ser aprovado, pois é preciso sofrermos qualquer coisa a ver se entramos na ORDEM. E o país precisa das continhas em ORDEM. A pátria assim o exige, caso contrário vem aí O PAPÂO, ou seja o FMI… e verifica as continhas todas mais os contratos por ajuste directo, que findam na hora, e introduzirá outras restrições a quem governa e precisa de criar ou aleitar a clientela com tachos ou adjudicações…. enfim , faz-se constar que a soberania se perde e desgraças parecidas…. O cidadão comum que até espera continuar a poder fazer uns pagamentos por baixo da mesa para a licença camarária, ou outras coisas assim, fica assustado com o FMI.  O povo acha que quem tem o salário inteiramente nas mãos do Estado que pague a crise… os funcionários do Estado são muitos (os tais gafanhotos), são tantos com salários acima dos seiscentos euros (embora alguns ligeiramente) e muitíssimos os que ganham acima dos 1500 brutos considerando o envelhecimento de profs e médicos, que ali é que está o maná… pessoal com filhos a estudar, que não tem tostão para fazer um dia de greve quanto mais dois ou três. Esses pagam e não mugem… Os da “classe média” dizem coisas, escrevem nos jornais, ainda têm tempo e algum poder para dizer que orçamento é mau mas deve ser aprovado, caso contrário, é o dilúvio…

 Nicolau Santos no último Expresso diz coisas muito ajuizadas. Seria interessante ler os documentos citados nesse artigo, de José Reis e Júlio Marques Mota, sobretudo este último, de espírito livre (digo eu) e cuja especialidade é Macroeconomia da economia aberta.

Consta que a Índia fez contratos de leasing  de submarinos com os russos (que têm feito bom negócio). Acho que poderiamos imitar os russos e fazer uma proposta à Índia ou outro país assim, Brasil, Angola, sabe-se lá quem pode estar a precisar de submarinos…. Questão a estudar. Vender é mais difícil .

É, de fato, incrível o que este governo faz: em cima do joelho, depois de grandes críticas a Manuela Ferreira Leite e a Bagão Félix, os mesmos críticos fanáticos da confiscação dos fundos de pensões da CGD,  vão agora roubar aos trabalhadores dos CTT os seus fundos de pensões. Ao menos que lhes dêem umas viagens à borla nos submarinos, adaptados para ver peixinhos, como uma amiga minha já sugeriu….





Blog Action Day: Water

15 10 2010

http://player.vimeo.com/video/15336764

Blog Action Day 2010: Water from Blog Action Day on Vimeo.





A anedota dos leões

14 10 2010

Circula pela net em e-mails e é divertida embora reproduza algum estereótipo relativamente aos funcionários públicos em geral.  Acho, aliás, que a guerra aberta ao funcionalismo público por parte deste governo há-de ter um fim: quando os cidadãos começarem a dar por falta dos funcionários, perceberão que o serviço gratuito de que têm gozado, ao mesmo tempo que insultam o funcionário, tem que ser assegurado por alguém altamente qualificado , como é o caso da Saúde e da Educação e esse alguém não vai vender os seus serviços por alguns euros a recibos verdes. O serviço, se privatizado na íntegra, terá que ser PAGO directamente pelo utente, que, entretanto, terá sido liberto, por supuesto , das contribuições para esses serviços estatais. O que é certo é que se formariam dois tipos de serviços: os centros de saúde ou escolas tipo loja dos trezentos, com os profissionais masis jovens ou os incompetentes a venderem os serviços por alguns euros em regime de avença, pagos pelos clientes das seguradoras mais rascas  e os serviços de excelência, pagos pelo utente que pode suportar os prémios das seguradoras mais “finas”…

Mas vamos à anedota:

Dois leões fugiram do jardim zoológico. Na hora da fuga, cada um tomou um rumo, para despistar os perseguidores.
Um dos leões foi para as matas e outro foi para o centro da cidade. Procuraram os leões de todo lado, mas ninguém os encontrou.
Depois de uma semana, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas. Voltou magro e faminto.
Foi preciso pedir a um deputado que arranjasse vaga no jardim zoológico outra vez, porque ninguém via vantagem em reintegrar um leão tão carcomido.
Assim, o leão foi reconduzido à sua jaula. Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrou do leão que fugira para o centro da cidade, quando um dia, o bruto foi recapturado.
Voltou para o jardim zoológico gordo, sadio, a vender saúde. Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para a floresta disse para o colega:
– Como é que você conseguiu ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com essa saúde? Eu, que fugi para a mata, tive que pedir clemência, porque quase não encontrava o que comer, como é que você… vá, diz lá como foi.
O outro leão então explicou:
– Enchi-me de coragem e fui esconder-me numa repartição pública. Cada dia comia um funcionário e ninguém dava por falta dele.
– E por que voltou para cá? Tinham acabado os funcionários?
– Nada disso. Funcionário público é coisa que nunca acaba. É que eu cometi um erro gravíssimo. Comi o director, um director de serviços, um chefe de divisão, um chefe de repartição, um chefe de secção, funcionários diversos, ninguém deu por falta deles! No dia em que eu comi o que servia o cafezinho… apanharam-me…!





Renuncio ?

14 10 2010

Recebi por email a petição Renuncio . Não assinei ainda pois não sei onde começa a petição e não concordo com o nível de linguagem que é usado no preâmbulo, numa petição a um orgão de soberania. Dizer “Bandalhos  que nos governam”, apesar de ser até um eufemismo, não me parece expressão adequada à solenidade de uma petição pública à AR.

A utilização de siglas não é também a melhor forma de apresentar uma petição: PRACE, por exemplo. Fui ao google e lá estava: Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado.

Por último, a renúncia à defesa dos direitos adquiridos parece-me perigosa. Sabemos que os direitos adquiridos dos trabalhadores, sobretudo os da Administração Pública, têm sido muito atacados e com sucesso, sendo que a mesma prática se não tem aplicado às reformas principescas dos administradores dos institutos públicos e empresas públicas. Não vou desistir dos meus direitos ainda que parcos, só para retirar os escandalosos privilégios aos boys e girls. Não tenhamos dúvidas que na revisão constitucional quem mais interesse tem em acabar com os tais direitos adquiridos é a classe empresarial, que exerce pressão para que desapareça. Os deputados podem bem criar uma excepção: não há direitos adquiridos a não ser que os direitos sejam os deles próprios. Já o fizeram em relação a remunerações por exemplo..

Quanto ao sector empresarial do Estado, estou em sintonia. Claro que não estará de acordo nem o PCP nem o Bloco de Esquerda.

Não vejo vantagem nenhuma em ter a Caixa Geral de Depósitos no Estado, a entrar em negócios estranhos,, ajudando os amigos, misturando-se promiscuamente nas manigâncias de chicos espertos da alta finança, perdendo dinheiro dos outros , o dos contribuintes, o dos trabalhadores, que não o deles, políticos, que não o  deles, administradores, que devem ser mais que as mães… Qual a vantagem de manter a PT ou a TAP, ou a REN ou a EDP com capital parcialmente público ou posição dominante do Estado? Para distribuírem os lucros aos accionistas do grande capital e sacar o máximo possível à empresa,  em vez de reinvestir, delapidando-a através de processos  escabrosos (menos conhecidos do público) ou às claras e desvergonhadamente, através dos cargos de administradores , com os prémios e as regalias respectivas além do salário chorudo , administradores que também são mais que os pais (já agora, devia haver algum equilíbrio nestes coisas de género, não esquecer que por cada mãe há ou houve sempre um pai e em regime “monogâmico” o número seria até paritário; mas, apesar da monogamia estar em extinção, ele há muitos pais….)

Sim renuncio a TODAS as empresas ditas públicas!





Esquerda desalinhada:Portugal, os “mercados” e o empobrecimento generalizado

13 10 2010

Recebido por e-mail. Guardei o texto que tem dados actualizados sobre população e rendimentos. Apesar de não subscrever tudo o o que é dito, acho um texto de leitura obrigatória para quem quer falar destas coisas com fundamento em dados reais (com a fiabilidade que o INE consegue garantir).

Link para o texto : Portugal os mercados empobrecimento generalizado





Leituras…

12 10 2010

Estive a ler na íntegra a entrevista do Público ao casal Nogueira Pinto. Que posso dizer? Um honesto relato de vida em poucas palavras, apesar da entrevista ser longa. Seria bom que outros tivessem a mesma serenidade na adaptação ao real que se modificou radicalmente, sem mudar de convicção, com frontalidade mas também com pragmatismo.
Boas notícias: o Império afinal não acabou, investimentos e negócios com Angola é o que está a dar, mas isso sou eu a dizer coisas…

Depois li a pequena notícia sobre Alegre e a educação… vale a pena ler alguns comentários dos leitores. A educação está muito bem? Por causa do laboratório da Universidade do Minho? E da política do governo? Meandros da maçonaria, esta ambiguidade enerva-me e mostra bem como funcionam os “críticos” do PS. Com o meu voto, não vai a Belém. Tenho muito por onde escolher. Voto útil? Útil para quem ? Para o PS, S.A.R.L.???? Um PS que até assusta, parece uma associação de … nem vou escrever, mas adivinha-se. É só ver os ordenados e currículos dos amigos do PS e de Sócrates na Sábado desta semana.

Para terminar, estou agora a lembrar-me da irracionalidade do PCP ao defender o regime chinês em 2010, a propósito do Nobel. Custa a crer que seja possível … agora a China é o modelo do PCP? Não lhe chega Cuba? Ou tem o PCP empresas na China? Estou a lembrar-me dos negócios de alguns militantes bem conhecidos , em certos países do leste europeu, arrecadando lucros chorudos. Não eram na China pois na altura havia tensão entre a gloriosa URSS e a China maoísta e o nosso PCP era o mais moscovita de todos os partidos comunistas da Europa e arredores…





Ídolos cor-de-rosa e outros…

12 10 2010




O seu a seu dono, a lei de Gresham e as “ratingues”

10 10 2010

A autoria da transposição para a política da lei de Gresham é inquestionavelmente de Cavaco  Silva, como se pode ver neste artigo no Expresso , em 2004, cujo link  tomei a liberdade de  ir buscar ao blog Ir ao  fundo e voltar, de pessoa identificada , com currículo e tudo, que aliás me não parece nada próxima de Cavaco.

Pena é que Cavaco tenha tido fortes responsabilidades na conquista do poder por José Sócrates, acorrendo depois em vários momentos em sua defesa, em nome de uma estabilidade que é uma invenção meramente virtual, na minha opinião. Não lhe passa pela cabeça que as agências de rating não são incorruptíveis, esqueceu-se da Enron e da Arthur Anderson? Como economista que é e, apesar dos erros de governação quando foi primeiro ministro,  indiscutivelmente sabedor nessa ciência, ou era até há bem pouco tempo,  deveria talvez ir tomando em consideração o verdadeiro papel das  agências de rating, e admitir que a especulação dos mercados financeiros contra o nosso país seria menor sem agências de rating a debitar sentenças todos os dias. Um país não deveria ser tratado como uma mercadoria cotada em bolsa internacional, mas mais parece: é mais frequente saber a pequena alteração diária dos juros da dívida portuguesa do que a do preço do ouro ou do petróleo ou do café ou de outra matéria prima qualquer….

Senhor Presidente, assuma as suas responsabilidades, admita que se engana às vezes e siga a máxima de Bento de Jesus Caraça que ainda está no frontispício da faculdade que o formou: “Se não receio o erro é porque posso sempre corrigi-lo”.

O que provoca muita desconfiança e instabilidade nos mercados e na rua é  a continuação, através de apoios artificais ou de oportunismo, ou de circunstância, de um governo chefiado por campeões na farsa, um governo já sem legitimidade democrática.





Na SIC: Frei Fernando Ventura sobre o estado do país

10 10 2010

A não perder, entrevista na SIC de 2 de Outubro. Deixo o link já que o código não permite postar o vídeo na minha versão do wordpress.

Destaco algumas frases:

“Vamos dar um canudo às pessoas  mas não vamos construir uma consciência  cultural, não vamos construir uma consciência social”

“Vivemos numa cultura de penacho. Vivemos  para a  fachada”

“Estamos a construir uma sociedade montada na fachada (…) vivemos para o penacho”

“Se Bordalo Pinheiro fosse vivo a fotografia que faria do país seria uma barraca de um bairro de lata com um submarino estacionado à porta”

“Houve excesso de facilitismo que começa desde o jardim de infância”

“Estamos a construir uma escola que teoricamente, por ironia da estupidez,  é possível chegar ao fim e entrar na universidade sem saber ler e escrever ou quase. Estamos a mentir às pessoas “

“Estamos a criar gerações que estão a crescer sem bases, que estão a crescer sem valores”.

” Que estão a crescer dentro de uma sociedade que está montada no ter e não no ser

“Estamos a criar gerações de jovens sem memória,  estamos a criar gerações de gente sem História”