Coisas do confinamento…

Uma coisinha recorrente: as conversas malucas com as máquinas que as grandes superfícies colocam no chat para “apoio ao cliente”. Consegui um assistente ao fim de alguns insultos ao QI da maquineta, que afinal não era assim tão estúpida , pois teve o bom senso de passar a um assistente humano. Não que a mudança tenha sido surpreendentemente melhor… pois os assistentes, normalmente jovens , acham quase sempre que é o cliente que é um atado no computador e tive de falar grosso com a que me saíu na rifa: “parta do princípio de que o vosso site tem um problema e não de que o cliente é burro”, não lhe disse o que me passou pela cabeça, ou seja , que, muito provavelmente, já faço compras on line há mais tempo do que ela ou ele tem de vida …. adiante.

Temos feito o pão em casa, ou melhor, o meu companheiro tem feito o pão e ontem a nossa velhinha batedeira de 200W deu o berro. Hoje perdi (ou ganhei ?) muitas horas a tentar salvar a maquineta, primeiro foi relativamente fácil abrir, depois voltar a meter tudo lá dentro ( depois de concluir que não funcionava mesmo) foi mais difícil. Mas consegui. Consegui fechá-la muito bem, sobrava uma mola que coloquei onde achei que ela deveria estar (acho que era uma espécie de amortecedor…), fechei tudo e apertei os parafusos, assim vai mais decente para a reciclagem . Não sei ainda onde deixar estes objetos nem quando me vou deslocar para me livrar dela (e de outros pequenos eletrodomésticos que vou juntando). Fui ver ao olx, pois não me conformava , a batedeira tem taça rotativa que deixa também de ser rotativa, até encontrei um motor à venda, mas não é do mesmo modelo e não percebo nada de motores , muito menos elétricos embora agora já saiba o aspeto que têm os motores das batedeiras e me tenha passado pela cabeça fazer ums batedeira frankenstein. Não compensa nunca comprar no olx, por causa dos portes, mesmo baratas é difícil competir com as novas equivalentes com garantia.

No dia em que toda a gente deitar fora os aparelhos e geringonças (pois 🙂 ) que têm lá nas garagens à espera do desconfinamento, vai ser um desatino para os poucos estabelecimentos que aceitam que lá depositemos lixo elétrico e eletrónico.

PS: Deixei de me preocupar com o uso do hífen no novo acordo ortográfico, haverá portanto erros… Optei por escrever mais ou menos de acordo com o acordo da discórdia por motivos quase profissionais, mas não tenho paciência para estar sempre de acordo até por discordar profundamente do dito. Já sofro muito a escrever muitas palavras de acordo com o acordo. As repetições da palavra “acordo” são intencionais.

Sonata ao luar

Recordando ou melhor, tentando perceber como eu virava as páginas à minha mãe quando ela tocava, sem que eu soubesse ler uma pauta 🙂 . Agora ando a aprender e fui em busca de exemplos, daí ter escolhido esta peça de que me lembro tão bem . De ouvir e de a ver tocar. Começa tudo muito devagarinho , não é? Alguns pensarão que não será das mais difíceis. Esperem um pouco e me dirão.

Escolhi este vídeo por se verem as mãos. Fui ver a partitura e , quando acelera , não sei mesmo se não seria ela que me fazia sinal, pois acho que não conseguiria saber o momento para virar, tal a complicação . Há 251 mil contentes e 2300 descontentes no canal. Pouco simpáticos, mas, digo de passagem, a minha mãe tocava com mais sentimento. Adorava ver as mãos dela esvoaçando no teclado e produzindo magia. Tocou isto até bastante tarde. Pena não dispormos na época das tecnologias que existem hoje. Temos um disco que gravou com Chopin , peças bem difíceis. Meu ex irmão digitalizou ,mas guardou para ele e partilhou só uma pequena parte…. Adiante…

Quanto à partitura encontrei aqui Sonata Op. 27 n. 2 “Sonata ao Luar” (Piano Sonata No. 14 “Moonlight”) Original version – Piano – Partituras – Cantorion – Partituras grátis

As metas e as revisões dos programas…

Vou dar um exemplo da forma descabeçada com que se estabelecem metas sem medir as consequências pedagógicas da secundarização de conteúdos (ou seja, eliminação da “avaliação” dos mesmos).

Matemática 11º ano : retira-se a equação vetorial do plano dos conteúdos a avaliar. Resultado: ninguém vai dar a dita equação vetorial do plano. No entanto, é suposto os alunos serem capazes de encontrar o vetor normal ao plano recorrendo a dois vetores … paralelos ao dito! A confusão fica declarada, como se não deu a mais simples e intuitiva condição que define um plano, ou seja, um ponto e dois vetores paralelos ao plano que podemos colocar em cima do mesmo para melhor compreensão tal como fazemos com a equação vetorial da reta, alguns alunos pensam que o vetor normal está no plano …….

Há mais exemplos de falta de senso na revisão de programas e hierarquização de conteúdos, alguns que prejudicam uns e beneficiam outros. A dominância das engenharias determinou que a Estatística não vai aparecer no Exame Nacional. Ora alguns alunos preferem determinar a reta dos mínimos quadrados a lidar com osciladores harmónicos!

Há décadas que os profs de Física se queixam de ter de dar conteúdos onde a noção de derivada é fundamental, que os alunos ainda não deram em Matemática…. Em Economia acontece o mesmo, Nunca se teve estes factos em conta quando se alteraram currículos, pois , de facto, parece que os currículos se alteram apenas ao sabor da força relativa dos lobbies das várias disciplinas ou mesmo dos lobbies das editoras…