Worldometer: Situação atual covid

31 03 2021

Portugal está na posição 28 de número de casos, mas o que interessa são as últimas colunas que nos dão valores por milhão de habitantes. Repare-se no número de Óbitos/Milhão neste grupo (que coube no printscreen) só é superado pela Bélgica e República Checa.





Um apontamento breve

27 03 2021

Aqui há umas semanas vi um programa no Arte intitulado “Le Portugal Sauvage”. Costumo seguir este canal e frequentemente seleciono programs deste tipo. Infelizmente, no caso do” Portugal selvagem”, verifiquei que o rigor científico não imperou na realização desse documentário. Ou ando mal informada.

Fiquei a saber duas coisas:

1. Foi o Salazar que eucaliptou o país. Aqui ainda podíamos dar a volta, pois ele é culpado da florestação com pinhal muitas vezes forçada como sabemos e indiretamente esta cultura de mono-espécie pode ter originado a sequente dominância absoluta do eucalipto no nosso país. Mas quem fez isso , quem promoveu esta dominância ou invasão da espécie exótica foram os sucessivos governos do PS e PSD/CDS obedecendo ao lobby das celuloses, durante as décadas que se seguiram à revolução de 74 até aos nossos dias.

2. A foz do Tejo é um delta. Aqui não há volta a dar. Fiquei abismada.





Burn out… ou esgotamento… chamem-lhe o que quiserem

10 03 2021

Tenho por rotina ir regularmente à página do facebook “professores contratados”, muito antes de a minha sobrinha mais nova estar primeiro a concorrer e depois a lecionar pela primeira vez em 2020. Vou lá porque nunca deixei de me sentir professora, por verificar a degradação de uma carreira que era a minha, por ter lutado para que não acontecesse tanto quanto me foi possível. Até o dia em que decidi sair, retirar-me, aposentar-me. Cedo, muito cedo , mas o ME queria ver-se livre dos profs mais caros e eu era um prof caro. Eu até me comecei a sentir cara… não é sarcasmo. Sentia que , para o que estava a acontecer ao ensino e à educação em geral em Portugal, eu era cara, pois me exigiam apenas que tomasse conta deles, não que os formasse, isto sobretudo no caso do ensino profissional, ensino pelo qual lutei, mas queria que ele fosse como estava na lei que o criou. Não um gigantesco ATL. Entretanto também no ensino dito regular o mesmo se ia passando, a exigência era sucessivamente delapidada pela tutela que queria o sucesso escolar a todo o custo. Depois veio a avaliação de profs onde o sucesso dos alunos entrava como critério até era quantificado para a escola inteira!!!!!! Mudei de escola pois não aguentaria ser avaliada por pessoa menos graduada , mais nova e por sinal muito obediente às ordens superiores. Mudei de escola, ironia das ironias, ao abrigo da mobilidade de profs titulares , categoria odienta que sempre combati, na fonte, ou seja , sempre que vinha um dirigente sindical à escola fazer reuniões , antes da reunião, insistia numa pequena questão: como vão fazer agora que há coleguinhas todos contentes com o “titalo”, como vai ser? Vão pactuar com isto , como fizeram ao aconselhar os professores a concorrer ao concurso para titular, ou vão lutar para acabar com esta categoria…? Bem gritei na grande manif de 8/8/2008: “categoria há só uma professor e mais nenhuma”. Ora de todas as linhas de luta a única que não foi atraiçoada, foi felizmente essa: o fim dessa categoria idiota. Entretanto , tinha já concorrido à mobilidade e fiquei na única vaga nacional do meu grupo… consegui o que queria , ou seja , não ser avaliada por aquela dita pessoa e verificar se em outra escola relativamente bem posicionada em Lisboa centro , o ensino profissional estava a ser bem conduzido. Muito pior devo dizer, a diretora de curso , muito jovem, vinha com ordens orais da DREL para passar todos os alunos nem que fizessem só um trabalho de grupo , ou uma redação ou o raio que os partam. Devo dizer que os colegas que encontrei e me iriam avaliar eram pessoas da mesma graduação e aos quais eu reconheci de imediato a legitimidade para me avaliar, eu própria verifiquei que eram muito bons professores , sem saber que nota tinham tido nem me interessava, por aí estava resolvido . Mas o curso profissional não estava a ser bem conduzido, era a prova real: o ensino profissional era, calculei, em todo o país, o tal gigantesco ATL. Ora , para ir entretendo jovens pré-delinquentes, basta alguém com alguma imaginação, o 12º ano e um curso rápido de animação… de preferência com algum treino físico e bom perfil muscular e melhor ainda, com altura superior a 1,70……… Por ironia, o curso profissional era de “animador social” whatever that might be…. . Por isso e para isso acho que era mesmo muito cara!!!!!!!!!!!!!!1

O título era sobre o burn out. Pois é , quem quiser “medir o pulso” à classe deve ir à página que referi. É suposto a maioria dos professores contratados ser jovem, talvez a maioria o seja , mas já há pessoas com bem mais de 40 por lá, eternizando-se na pré-carreira, pois o Estado empregador é uma especie de dono de roça e encara o pessoal ou como ..,. contratado…. precário … escravo ou como caro… envelhecido…. e bom se sair para a reforma e melhor ainda se morrer. O Estado é aquela coisa abstrata, não é? Não me vou alongar sobre isso. O grande problema do burn out, agora agravado pelo ensino à distância, vem precisamente do facto de as correntes de transmissão do “Estado” estarem bem lubrificadas pelos coleguinhas que nunca levantam ondas e que querem mostrar serviço carregando todos os “subordinados” com grelhas e exceis, e coisinhas para por na plataforma e reuniões para isto e aquilo que só sobrecarregam os profs impedindo-os de preparar uma aula convenientemente … Como sobrevivem estes contratados e não só, pois isto das grelhas e reuniões inúteis é geral na classe? Grande parte deles indo ao psiquiatra e mais cedo ou mais tarde entrando em baixa por doença e alguns são bem jovens ainda.

Por que razão esta página não é divulgada junto dos professores ditos da carreira ? Acham-se importantes demais? Eu andei 12 anos até entrar na carreira, mas por uma razão muito simples: concorri com o Bacharelato ( em plena revolução pois ela continuava nas escolinhas em 1976 , estava fartinha , resolvi ir trabalhar), só entrei em estágio quando acabei a licenciatura (onze anos depois , já com as faculdades normalizadas, e entretanto acabei no ISEG e não no ISCTE onde tirei o bacharelato, isso foi bom pois aprendi qualquer coisinha e não tenho uma licenciatura PREC, mas não foi tão bom assim por ser difícil dar aulas e estudar presencialmente em simultâneo), entrei em estágio no ano a seguir , tinha subido mais de cem lugares na lista. Ora estes professores contratados têm licenciatura quase todos, têm estágio quase todos e uma barreira tipo muro do México de Trump ou de Berlim (como preferirem) a transpor para entrar na carreira!!!!!!!!!. Compreendo que se preocupem com o muro que existe dentro da dita carreira para passagem de escalão que impede muitos de atingirem o topo . Mas olhem também para o outro muro!!!!!!!!!!!!!

Quem põe ordem nisto?





Adeus, gatinho, RIP

9 03 2021

Olhando o oriente no teu sítio preferido, quando ainda podias tudo menos voar. Estás livre, até voar podes agora. Até um dia.