Post a não perder e sobre o qual reflectir.
Contributo meu (não é nada de novo, é o meu leitmotiv as reflexões do costume):
Nada parece ir mudar com esta ministra. Falou aos jornalistas ontem a propósito da avaliação de professores dizendo que essa avaliação deve premiar a “exigência” e relacionou-a com ” esforço e qualidade”. Não definiu exigência, talvez não tenha que definir nunca, ninguém vai perguntar. E se perguntarem falará de metas…
Metas sem aferição externa não são cumpridas em muitas escolas (sobretudo as candidatas a guettos se não o são já, o ministério até tem uma lista delas e contrata para elas professores “especiais”….) . O eduquês irá continuar, ainda mais com a escolaridade obrigatória até ao 12º ano que constitui ideia brilhante para diminuir as estatísticas do desemprego e para mostrar obra (de “qualificação dos portugueses”, imagine-se só) e qualquer dia (já está a acontecer) sabemos que em certas escolas,em certos cursos, o nível de saída do 12º ano em termos de competências (literacias do PISA, por exemplo) ou de conhecimentos será, quando muito, semelhante ao antigo 9º ano de escolaridade (o que já seria muitíssimo bom, diga-se de passagem).
Quem “monitoriza”, quem avalia, quem põe ordem neste pandemónio em que os sucessivos governos eduqueses transformaram a educação (Maria de Lurdes deu apenas a machadada final)?
Um sistema que cava mais fundo o fosso entre quem em casa consegue adquirir cedo as competências que o eduquês diz fomentar (construção da autonomia do aluno no seu estudo, ensino centrado no aluno , aprender a aprender) mas que na prática nunca aplicou nem pode aplicar com turmas a 25 e mais alunos. A escola pública actual tende a impedir aqueles que não têm possibilidades de noutros lados ir buscar o treino no pensamento abstracto, de adquirirem competências nessa área. Estou a falar dos alunos que não são génios, que estes são poucos e em qualquer meio social conseguem construir o seu desenvolvimento cognitivo apesar da escola. A escola não treina os alunos de inteligência média no pensamento abstracto, do 5º ao 9º a coisa vai-se muito lentamente complicando e de repente, no 10 º ano , lá aparece o pensamento logico-dedutivo como pre-requisito. Os alunos sem treino familiar de conversas com linguagem do Português padrão “civilizado”, sem TV comentada com os pais, sem apoios vários nos trabalhos de casa e de “investigação” (trabalho de “projecto” aos 12 anos de idade), sem jogos em família de trivial, pictionary, cartas e outros jogos de estratégia, não entendem como é possível colegas deles chegarem rapidamente a conclusões quando é colocado um problema cuja formulação mal entendem, como é possível esses outros colegas terem boas notas sem estudar muito ou mesmo nada. Ninguém lhes diz a verdade: foi em casa que adquiriram essa capacidade, não foi na escola e não é por serem génios!
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