Nem uma linha quanto ao condicionamento da plantação de eucalipto. Um conjunto de intenções contraditórias. Por exemplo: Biodiversidade, floresta sustentável, aumento da produtividade florestal fornecedora da indústria , fomento da fileira florestal., apicultura, cogumelos…..
Abelhas no eucaliptal? Só mesmo nos terrenos que são eucaliptais abandonados e já são mato e de novo aparece a urze, e outras espécies de arbustos. Mel de eucalipto? Pois há quem comercialize mel com esse nome e eu farto-me de rir. Juntaram-lhe cânfora? Olhe que é venenoso o eucalipto. Há até quem diga que foi importada a vespa asiática para combater o gorgulho do eucalipto e essa “vespinha” de 4 cm também come … abelhas!!!!
Diversidade e produtividade em termos de rentabilidade económica???? Nem uma palavra sobre como vão fazer. O que estavam a fazer vimos agora: o concurso para promover a produtividade florestal fornecedora da indústria, ou seja, do eucalipto, concurso vocacionado para grandes produtores (é obrigatório ser empresário e já estar cadastrado como produtor florestal) Concurso que possibilita ,com os dinheiros da HIPÓCRITA UE a plantação de novos eucaliptais e a renovação dos eucaliptais em fim de vida… (ou seja após três cortes, deixa de ser produtivo… )
Por que razão deixa de ser produtivo? Simples , o eucalipto chupa tudo e nada devolve à terra pois o cortam ainda novo precisamente quando ele iria começar a devolver à terra o que dela sugou, pois as árvores jovens NÃO LARGAM MUITA FOLHA, têm copas que são boas a arder mas medíocres a reter água, NÃO RETÊM A ÁGUA DA ATMOSFERA, como fazem as outras folhosas, e mesmo as resinosas, como o pinheiro e o cedro. O cedro, o pinheiro são também altamente combustíveis, mas como são usados para madeira , deixam-nos crescer e eles devolvem à terra o que de lá sugaram, têm um sub-bosque amigo das abelhas e dos animais que compõem um floresta completa , incluindo as espécies cinegéticas, que cada vez mais baixam aos povoados por falta de comida e são odiados pelos habitantes da zonas: raposas (têm fama de matar galinhas, mas não sei se isto é um mito, há outros animais que gostam de sugar galinhas, como a doninha, fuinha , gato toirão, mas fazem-nos porque no eucaliptal há pouca comida, têm de ir rondar os galinheiros, o javali também anda muito perto das quintas e destrói, pela mesma razão, é que o javali não come eucalipto!) O sub-bosque a que chamam LIXO, na OBSESSÃO DA “LIMPEZA” das matas que por aí lavra…. O sub-bosque não é lixo faz parte do ecossistema florestal! Limpar a floresta deve ser apenas retirar o excesso de arbustos e erva seca e de material lenhoso que não está podre e que no passado eram recolhidos pelas pessoas para lenha ou para alimento de animais (pasto). As florestas devem ser florestas. O eucaliptal em regime de talhadia NÃO É UMA FLORESTA. DEIXEM A FLORESTA SER FLORESTA e para combater os fogos devem ser criadas zonas de corta fogos (sem floresta nem mato ) ou plantadas com espécies mais resistentes ao fogo.
Agora vamos então ao programa do PS. Destaquei a negrito os excertos mais “interessantes”.
Programa eleitoral do PS 2015
[…]
“Relativamente à promoção do desenvolvimento rural e da coesão
territorial, as orientações fundamentais concentram-se no apoio
reforçado à pequena agricultura, ao rejuvenescimento do tecido
social das zonas rurais, com destaque para o empresariado agrícola
e rural, e à promoção e reforço das estratégias e parcerias
locais. Deste modo, pretende-se estimular a diversificação da base
económica e a criação de emprego nas zonas rurais, a valorização
dos produtos tradicionais e a produção de amenidades de lazer
e recreio e de serviços ambientais. Tais desígnios pressupõem um
quadro de gestão multi-fundos, envolvendo os municípios, as associações
de desenvolvimento local e a administração desconcentrada
do Estado.
Por fim, relativamente à valorização dos recursos florestais, as
orientações fundamentais compreendem: o reforço do ordenamento
florestal e da produtividade das principais fileiras silvo-industriais,
o apoio à melhoria das organizações de produtores e da gestão
interprofissional, bem como a primazia da proteção da floresta
face aos incêndios e aos agentes bióticos nocivos, a dinamização
ambiental e económica dos espaços florestais sob a gestão do Estado,
o estímulo para a certificação dos processos produtivos e a
promoção da floresta de uso múltiplo (nomeadamente dos sistemas
agrossilvopastoris e da floresta de montanha).”
[…]
emprego e
no desenvolvimento económico do país, pelo que importa proceder
a uma reforma estrutural do setor florestal e criar condições para
fomentar uma gestão florestal profissional e sustentável, potenciando
o aumento da produtividade e da rentabilidade dos ativos florestais,
com base num melhor ordenamento dos espaços florestais.
Nessa perspetiva, o PS aposta no incremento das áreas sob gestão
florestal ativa e certificada, e na melhoria do funcionamento das
ZIF, cujos resultados estão ainda aquém dos objetivos que presidiram
à sua criação. Para o efeito, o PS irá:
• Apoiar o movimento associativo florestal e redinamizar as Zonas
de Intervenção Florestal (ZIF), dando-lhes prioridade na concessão
de apoios públicos;
• Incentivar o desenvolvimento de outros modelos de exploração
florestal, como as Sociedades de Gestão Florestal (SGF) e os
Fundos de Investimento Imobiliários Florestais (FIIF);
• Melhorar a gestão florestal dos baldios com a adoção de novos
modelos flexíveis, visando o incremento da participação dos
compartes no respeito dos valores sociais, económicos e ambientais
das Unidades de Baldio;
• Transformar as matas nacionais em áreas de referência, salvaguardando
os valores naturais e maximizando o valor obtido
com a sua gestão ativa;
• Apoiar o desenvolvimento da fileira florestal, através da criação
de estímulos para a certificação da gestão florestal, com vista
aumentar a rentabilidade dos proprietários florestais e assegurar
a sustentabilidade do fornecimento de matéria-prima nacional
à indústria de base florestal;
• Promover, em articulação com Informação Predial Única, a progressiva
elaboração do Cadastro da Propriedade Rústica, nomeadamente
nos territórios sob gestão das ZIF.
Proteger os recursos florestais
A mitigação dos incêndios florestais e da incidência de pragas e
doenças constitui um desígnio nacional prioritário para a sustentabilidade da floresta portuguesa e para a confiança do investimento
na floresta. Assim, o PS irá:
• Rever e melhorar o programa de Sapadores Florestais, designadamente
através da respetiva formação profissional;
• Criar um Programa Nacional de Fogo Controlado;
• Rever o Programa Operacional de Sanidade Florestal e criar
subprogramas operacionais para o controlo e erradicação das
principais pragas e doenças florestais.
Valorizar os ativos florestais
A fileira florestal nacional deve constituir uma alavanca para a estratégia
de desenvolvimento económico do país. Nessa perspectiva,
o PS compromete-se a:
• Apoiar o movimento associativo florestal;
• Desenvolver as fileiras do setor florestal e aumentar a rentabilidade
dos proprietários florestais;
• Estimular a certificação da gestão florestal sustentável e a criação
de novas áreas de negócio no mercado florestal;
• Apoiar a investigação aplicada para o aumento da produtividade
e de novos modelos de silvicultura.
Desenvolver o uso múltiplo da floresta
O aproveitamento múltiplo dos recursos florestais deve assumir
um objetivo estratégico para o desenvolvimento do setor florestal e
para a geração de riqueza no interior do país. Com esse propósito
o PS irá:
• Aumentar o contributo da pesca, da silvopastorícia, da apicultura,
da produção de cogumelos e de frutos secos e de outros
produtos não lenhosos tais como a resina;
• Estimular os aproveitamentos relacionados com o recreio e turismo
nos espaços florestais (por ex., turismo de natureza, cinegético
e desportivo);
• Promover a gestão ordenada dos recursos cinegéticos;
• Valorizar os serviços silvo-ambientais prestados pelos espaços
florestais (por ex., biodiversidade, conservação do solo e da
água, sequestro de carbono);
• Apoiar a instalação de sistemas florestais de uso múltiplo.
[…]
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