A traça do buxo atacou. Não tinha antes reparado, mas o ataque não se deu só este ano. Só recentemente reparei que vários dos nossos buxos jovens estavam a perder a folha e fui ver melhor. Lagartas por todo o lado. Não quero fazer guerra química, estou a tirá-las uma a uma. Mato muitas mesmo, mas todos os dias encontro alguma que escapou. Fui ver os buxos centenários da minha tia-avó e verifiquei que também foram atacados. No entanto ainda não estão em perigo, acho eu, ou espero , pelo menos os dois maiores. Apanhei neles muitas lagartas mesmo muitas, mas as plantas já devem ter sido atacadas o ano passado também. Não reparei, pois a parte acastanhada aparecia por baixo e pensei que fosse por falta de sol. No entanto o buxo sobrevive à sombra permanente. Devia ter visto . Agora dedico algum tempo por dia a tirar uma a uma a dita lagarta. Verdinha, lindinha , mas mato-as esmagando-as com o pé, uma a uma. Mato mais que as forças ucranianas matam soldados ou melhor, mercenários russos ou não tanto. Muito mais. A comparação é parva , pois é, mas o trabalho de matar uma a uma é um trabalho de paciência e bem consciente e vou pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. Elas dificilmente escapam, pois quando dois raminhos estão colados é sinal de que há uma ou mais pois segregam uma espécie de teia que faz uma bolsinha de folhas que elas vão comendo até passarem às próximas folhinhas. Nos buxos centenários pelo menos pode-se trabalhar de pé na parte de cima. Também ajuda o facto de elas, as lagartas, gostarem de se meter por baixo das folhas secas dos sobreiros e carvalhos que cairam em cima do buxo durante o outono-inverno, cada folhinha tinha uma , e é então muito fácil esmagar a folha e seu conteúdo com o pé, quando estão no buxo é preciso separar as folhinhas coladas e puxar a lagarta. Tenho mesmo pena que os pássaros não as conheçam ainda. Esmaguei uma grande quantidade de proteína que faria jeito aos passarinhos insetívoros nesta altura de reprodução. Mas eles não a vêem e ainda não conhecem, pois a traça é invasora recente, vem da Ásia, está presente na Europa desde 2006 , Alemanha , e depois foi-se espalhando . Não sabia nada disto pois os buxos não tinham praga nenhuma.
Não vou usar nenhum inseticida como aparece neste artigo que consultei. Deixo o link pois a fotos mostram bem a lagarta , a traça adulta e o efeito devastador no buxo, uma planta ornamental linda, de crescimento lento , densa e de um verde profundo que dá gosto . Muito bom para sebes vivas baixinhas.
Não gosto de muros, quem constrói muros constrói para si uma prisão, mas sebes vivas são úteis. No entanto nada de agressivo existe no buxo ( não tem espinhos) e não é invasor como a silva ou a piracanta (esta, felizmente, é resistente à traça, não havia nem uma lagarta nos arbustos de piracanta que tenho).