Expressão do dia : “sociedades-veículo”

29 04 2012

DN:

«GRANDE INVESTIGAÇÃO – CASO BPN

A fraude que pode custar 8,3 mil milhões

O Estado já gastou 3,55 mil milhões de euros com o BPN, mas a fatura pode chegar aos 8,3 mil milhões. Até sexta-feira, o DN mostra como se chegou a este ‘buraco’, a teia de negócios que ‘cheira’ a fraude, os protagonistas das diferentes fases do BPN, os 356 processos em curso por todo o País, a supervisão do Banco de Portugal e a venda ao BIC.

[…]

Entre o que o Estado pode vir a suportar há uma “bomba-relógio” que se destaca e assusta os mais atentos: os 3,9 mil milhões de euros que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem de exposição nas empresas (VEÍCULOS) criadas para absorver os ativos tóxicos do BPN para permitir o negócio da reprivatização. Tavares Moreira, governador do Banco de Portugal entre 1986 e 1992, explica que “só quando estes veículos forem liquidados, o que poderá só acontecer daqui a oito anos, é que se saberá a verdadeira perda do BPN. O relatório da terceira avaliação da troika indicou que só agora irá começar o processo de liquidação dos veículos”. Ou seja: ainda falta muito para se saber quanto se vai perder. A certeza é que vai ser muito, segundo garantem os economistas.

“Acredito que há poucos ativos recuperáveis e o que não for recuperável o Estado será obrigado a pagar à Caixa”, acrescenta Tavares Moreira. Consideração partilhada pelo especialista em banca e professor na Universidade Nova de Lisboa, Paulo Soares Pinho, que explica que “o que passou para as sociedades-veículo são ativos que ninguém quer, muitos devem valer zero”.»

Nota: destacados meus, nomeadamente a palavra “veículo”.  Também quero um veículo para os meus lixos (tóxicos ou não). Por exemplo, alguém-veículo que me injecte a diferença entre o que vale no mercado o meu apartamento (ouseja,  a minha metade do dito)  e o empréstimo que contraí junto da banca. Alguém que me pague a diferença do IMI que vou pagar devido à reavaliação da câmara que se quer financiar à minha custa e faz umas fórmulas na avaliação que não obedecem a qualquer critério do valor de mercado. É que a minha casinha só vale 87000 euros no mercado, a câmara avalia-o em 111 000, mas se eu precisar de vender a Câmara não me compra, o banco compra-o pelo valor de mercado ou ainda menos… Por isso , a minha prestação é uma espécie de lixo tóxico… Ou não? Se eu quiser recuperar o meu capital já pago, nada feito… portanto, lixo tóxico. Não?

E preciso de um veículo que me pague os seguros que vou ter que largar…Não são lixos? É verdade , não são, deixando de pagar eles desaparecem num instante, mas o que acontece  ao que eu paguei já, para onde foi? Para a reciclagem de lixos não tóxicos que são os lucros das seguradoras.  Vai daí , quero continuar a ter os seguros mas sem pagar, ou seja  eu quero um veículo, pode ser um daqueles pequeninos. Pode ser?





Entrega da casa salda a dívida ao banco. Só em Portalegre?…

29 04 2012

Público:
Empréstimos

Tribunal diz que entrega da casa ao banco salda toda a dívida

28.04.2012 – 10:33 Por PÚBLICO

É uma decisão inédita da justiça portuguesa e foi tomada por um juiz do Tribunal de Portalegre. O magistrado decidiu que em caso de incumprimento, a entrega da casa ao banco liquida toda a dívida.

A sentença, divulgada neste sábado pelo Diário de Notícias e que já transitou em julgado, é de Janeiro deste ano e pode, segundo o mesmo jornal, fazer toda a diferença para muitas das famílias portuguesas que não conseguem pagar os empréstimos contraídos para a aquisição de habitação própria.
De acordo com o juiz de Portalegre, “há um enriquecimento injustificado” por parte dos bancos quando, após a entrega da casa ao banco (dação em pagamento), as instituições de crédito avaliam e adquirem a casa abaixo do valor dessa avaliação, exigindo, como contrapartida, a diferença entre o valor da avaliação e a venda ao próprio banco pelo preço estipulado por estes últimos.

Dito de outro modo: até aqui, quem pede um empréstimo e falha as suas obrigações era obrigado a pagar ao banco a diferença entre o valor da avaliação e o preço aplicado na venda do imóvel ao banco. E é esta regra que o juiz considerou um “enriquecimento injustificado” do banco. […]

Ele há gente que mesmo em recessão consegue evitar as perdas e os bancos são um exemplo disso mesmo, por isso este caso é interessante. Vamos ver no que dá em termos de precedente. Quebra de lucros , que tem acontecido na banca portuguesa, não significa o mesmo do que perda em termos absolutos, ou seja , prejuízos. Mas um negócio privado implica risco, certo? Ou o risco agora deixa de existir e é para nacionalizar ou externalizar nas famílias endividadas, enquanto o lucro se internaliza sempre, mesmo quando não é lucro mas resulta apenas das manipulações de curto prazo daquilo que chamam por aí  “engenharia financeira”, ou seja, daquilo que eu chamo “ciganagem”, desculpem o estereótipo mas hoje não me apetece ser politicamente correcta, além disso não estou a ofender ninguém, uma vez que a tal “engenharia” está bem cotada em termos de profissão . Então para fazer o empréstimo  sobreavaliaram as casas e emprestaram a torto e a direito… agora que a bolha está a rebentar e já se nota, já as casas são avaliadas pelo banco pelo valor por ele cozinhado e injusto   ou ou justo resultando de uma desvalorização nonmercado imobiliário  e a família falida fica sem casa e tem que pagar a diferença, para que o banco nada perca? Onde está o risco do banco? Mas é mesmo  esta a nova cartilha hiper-pseudo-neo-liberal?

É que me parece que há muitos que defendem isto mesmo, não sei como conseguem conciliar a teoria do quanto menos Estado melhor com esta nacionalização dos riscos …..

“Eles não podem estar a falar mesmo a sério” para citar uma frase dita por uma miúda a respeito dos pais e da poupança,  num anúncio publicitário que tem passado ultimamente na Tv, aliás interessantíssimo em termos de uma análise de conteúdo…





Cedo demais: Miguel Portas

28 04 2012

Mais um que desaparece cedo, muito cedo. Miguel Portas. Faz falta ao país. Não posso acrescentar mais nada, não o conheci, a não ser, como todos nós, através da sua presença no parlamento e nos media. Encontrei uma breve biografia num blog interessante: “O blog da Mafalda”, vale a pena ler.
Apenas realçar a coincidência de ter nascido num primeiro de Maio e falecido na véspera de um 25 de Abril que se previa tristonho ou mesmo ferido de morte, com as ausências dos seus autores, os militares de Abril nas comemorações de 2012.
O poema de Manuel Alegre cantado por Adriano, canção que teve na minha vida um especial significado há 14 anos, precisamente nesta data em que hoje escrevo, em que me despedi de alguém muito próximo que partiu cedo, veio de novo à memória dadas as coincidências: ser ele também uma espécie de consciência crítica do seu país, morrer em Abril e longe de Lisboa. Coincidências, já que, repito, nunca conheci Miguel Portas. O contexto do poema era outro, sabemos nós, mas o texto atemporalizou-se e quase se universalizou, se virmos Lisboa como o cais de regresso a casa, seja ela qual for.





Faz-se tarde

27 04 2012

E já são horas de dormir, mas queria deixar aqui prova de vida . A propósito de vida, há mais vida depois da morte do 25 de Abril. Não acham? É que aquilo foi um enterro, coisa deprimente. A começar pela voz cansada e solitária (nem sei como conseguiu, sem qualquer apoio instrumental) de Paulo de Carvalho, seguida dos discursos previsíveis e cansados da esquerda e da direita, passando pelo inventário de glórias pátrias passadas, presentes e futuras no discurso do presidente da República, acabando numa Grândola também envelhecida e domesticada… Só uma luz inesperada: Assunção Esteves. Por onde esteve esta senhora que só agora se projecta e se faz ouvir? Ignorância minha possivelmente, já que , para ser eleita Presidente da A.R. num país de arrasante dominância masculina nas lides políticas, não pode ser alguém que só agora surge. Isto para dizer que quem esteve atento(a) aos discursos não se enganará muito se afirmar que foi o único que acrescentou algo, no caso vertente, lucidez. E este meu comentário nada tem a ver com o que hoje aconteceu e ouvi na rádio a propósito do Tribunal Constitucional. Isso só veio confirmar que tenho razão ao achar que temos ali alguém que nos dá esperança. Esperança de que precisamos e que nada tem a ver com a mercantil e estafada  ideia fixa  da “marca portugal” com letra pequena. Em relação a isto da marca, só tenho a dizer o que está à vista. Produzam o que sabem produzir, aprendam a produzir mais qualquer coisa, inventem se for possível, mas coloquem os “nossos” produtos nas lojas do mundo inteiro. Que interessa saber que temos o melhor verde, o melhor não sei o quê, se esse produto não está nas lojas por exemplo da Europa central e do Norte? Problema de marketing? Soa sempre melhor, mas eu acho que é mais um problema de simples de distribuição ou de logística e de medo de crescer.  No nosso caso, há infelizmente medo de que venham mais encomendas cuja satisfação implique investir na dimensão. ou seja crescer… Falta de dinheiro para investir? Ele anda por aí , o dinheiro. Medo.

E faz-se tarde, mas nunca é tarde para retomarmos esperança. Que tal uma candidatura feminina à Presidência da República?





Premier Tour

23 04 2012

Participation :        80.44%     

Le Parisien: Hollande en tête du 1er tour: “Je veux une belle victoire”





Liège-Bastogne-Liège

22 04 2012

1.IGLINSKIY Maxim ASTANA PRO TEAM 6h 43′ 52″
2.NIBALI Vincenzo LIQUIGAS-CANNONDALE 6h 44′ 13″+ 00′ 21″
3.GASPAROTTO Enrico ASTANA PRO TEAM 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
4.VOECKLER Thomas TEAM EUROPCAR 6h 44′ 28″ + 00′ 36″
5.MARTIN Daniel GARMIN – BARRACUDA 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
6.MOLLEMA Bauke RABOBANK CYCLING TEAM 6h 44′ 28″ + 00′ 36″
7.SANCHEZ Samuel EUSKALTEL – EUSKADI 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
8.SCARPONI Michele LAMPRE – ISD 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
9.HESJEDAL Ryder GARMIN – BARRACUDA 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
10.VANENDERT Jelle LOTTO-BELISOL TEAM 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
11.NOCENTINI Rinaldo AG2R LA MONDIALE 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
12.ROLLAND Pierre TEAM EUROPCAR 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
13.MORENO FERNANDEZ Daniel KATUSHA TEAM 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
14.KISERLOVSKI Rober ASTANA PRO TEAM 6h 44′ 28″+ 00′ 36″
15.RODRIGUEZ OLIVER Joaquin KATUSHA TEAM 6h 44′ 52″+ 01′ 00″
16.GILBERT Philippe BMC RACING TEAM 6h 45′ 19″+ 01′ 27″
17.COSTA Rui Alberto MOVISTAR TEAM 6h 46′ 03″+ 02′ 11″
18.SIMON Julien SAUR-SOJASUN 6h 46′ 03″+ 02′ 11″
19.GERRANS Simon GREENEDGE CYCLING TEAM 6h 46′ 03″+ 02′ 11″
20.NORDHAUG Lars-Peter SKY PROCYCLING 6h 46′ 03″+ 02′ 11″





Flores que gostam de chuva

21 04 2012





Anoushka Shankar , “Traveller”

19 04 2012




Flèche Wallone

19 04 2012

Resultados

  • 1. Joaquin RODRIGUEZ OLIVER, Katusha in 4:45:41
  • 2. Michael ALBASINI, GreenEdge +4
  • 3. Philippe GILBERT, BMC Racing +4
  • 4. Jelle VANENDERT, Lotto-Belisol +4
  • 5. Robert KISERLOVSKI, Astana +7
  • 6. Daniel MARTIN, Garmin-Barracuda +9
  • 7. Bauke MOLLEMA, Rabobank +9
  • 8. Vincenzo NIBALI, Liquigas-Cannondale +9
  • 9. Diego ULISSI, Lampre-ISD +9
  • 10. Jurgen VAN DEN BROECK, Lotto-Belisol +11
  • 11. Enrico GASPAROTTO, Astana +11
  • 12. Rinaldo NOCENTINI, Ag2r-La Mondiale +11
  • 13. Maxim IGLINSKY, Astana +11
  • 14. Sergio Luis HENAO MONTOYA, Sky +11
  • 15. Wouter POELS, Vacansoleil-DCM +11
  • 16. Paul MARTENS, Rabobank +11
  • 17. Igor ANTON HERNANDEZ, Euskaltel-Euskadi +11
  • 18. Rui Alberto FARIA DA COSTA, Movistar +18
  • 19. Julien SIMON, Saur-Sojasun +18
  • 20. Frank SCHLECK, RadioShack-Nissan +18




  • Aleluia! Os meninos já voltam a “chumbar” por faltas injustificadas

    18 04 2012

    Público: “Educação

       Exames proibidos a alunos com faltas a mais                           

       18.04.2012 – 11:08                            Por Clara Viana”

    Não li o novo estatuto do aluno , espero que tenham também sido abolidos os testes especiais que os profs tinham que fazer para os meninos que em vez de ir às aulas vão para o  bowling, casas de jogo, cafés e tabernas que normalmente se situam perto dos estabelecimentos de ensino neste país de “liberdade de  empreendimento” . Claro que alguns desses jovens mais diligentes, na ausência desses estabelecimentos nas proximidades, arranjariam sempre forma de encontrar  esses lugares ou outros, como os centros comerciais (ou mesmo a praia, desde que esteja bom tempo).