Compreendo a frustração

24 12 2015

De quem anda a ler confissões virtuais, como a minha :-), esperando talvez encontrar matéria picante, na parte dos pensamentos e actos (hehehe, isto é o meu riso sarcástico).
Pois,just in case, no caso de ter sido a minha uma das eventualmente visadas e criticadas , eu explico: a intenção não era justificar-me nem mesmo confessar-me, era mesmo apenas retirar a falsa ideia de que é heroísmo abandonar a luta. Abandonei porque podia, havia a lei das reformas antecipadas com penalização no dinheirinho. Se ela não existisse eu teria que me submeter, que remédio. Há muitas (sim, no feminino) que estão a sofrer imerecidas humilhações, por estarem com depressões ou esgotamentos,sem possibilidade de se aposentarem, depositadas nas bibliotecas ou em apoio às direções, como se fossem peças de mobília, velharias que se não sabe onde colocar. Não estou com isto a desmerecer o trabalho nas bibliotecas, pelo contrário, se for um trabalho desejado e claramente necessário, justificando claramente o posto de trabalho. Vi isso acontecer a outras, algumas mais velhas do que eu, mas que não tinham 30 anos de serviço quando fizeram 55 anos de idade, que não puderam beneficiar da lei, admirei a resiliência, resignação e dedicação dessas colegas (sim, uma vez mais, no feminino) , mas decidi que não, se puder ser evitado, não quero. Gosto da linha da frente e é o que sei fazer: dar aulas! Aconteceu que me foi possível a saída lateral, por haver a dita lei. Nunca estive em horário zero.
Ah e outra coisa: não cheguei a ser avaliada com o novo modelo de grelhas e relatóriozinhos, embora na última escola em que estive, houvesse colegas a quem reconheceria toda a legitimidade para me avaliarem. Que fique bem claro, eu disse a última escola onde dei aulas, a de Lisboa, portanto. E, graças à lei e à minha decisão de nem tentar pensão completa por incapacidade, também não tive de ir à Junta “Médica” das aposentações, evitando assim sofrer humilhações. Só isso vale todo o dinheiro que perdi na penalização, até ao fim dos meus dias.
Fica assim clarificada a minha “confissão”, a de outros não posso esclarecer, claro 🙂


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