Weihnacht in den Bergen

Mais pela paisagem do que pela música 🙂

Mea culpa

Como estou excomungada e a confissão me foi negada na Igreja Católica por estar em união de facto, faço-o genericamente aqui, como na missa:
Confesso a Deus todo poderoso e a vós irmãos que pequei muitas vezes por pensamentos, palavras, actos e omissões. Por minha culpa , minha tão grande culpa.

Durante anos durante o período pós reforma, sonhei com alunos, situações de aula, quase todos bons sonhos. Sonhei também com os alunos que não tive, por me ter reformado. Foram sonhos , não pesadelos, alunos novos, como sempre, em Setembro. Mas nunca os tive , não conhecia as caras e todos tinham cara no meu sonho. Ter saído para a reforma antecipada com penalização na pensão não foi um ato de heroísmo. Não foi. Estava doente, claro, mas… e se continuasse mesmo com depressão como tantos estão neste momento a fazer? Não tenho resposta. Aqui fica. Claro que sabia que ninguém iria morrer pela minha omissão (alguns terão ficado até melhor, por eu não estar no meu posto ….), tinha a certeza de que não havia risco de vida para ninguém ( ou quase a certeza, pois nunca posso negar a influência das asas da borboleta nas tempestades no outro lado do planeta)

Polícia, bombeiros, militares , não têm fim de semana

Parece que o juramento que os médicos fizeram tem um parêntesis para os fins de semana. E mais não digo , mas isto tem que ficar dito. Não é politiquice. É ética. O meu silêncio é só em relação à politiquice. Conseguem dormir os directos responsáveis pela morte do jovem, que se tivessem interrompido o fim de semana poderiam tê-lo salvo? Registo, poderiam, pois um aneurisma sabemos que é coisa séria, todos sabemos, mas que tivesse morrido na operação, com os médicos tentando tudo. Vergonha! Esta morte levou já à demissão, e bem, dos burocratas responsáveis.
Há especialidades que , dada a escassez , simplesmente deveriam estar permanentemente em mobilização de alerta. Tal como os polícias e militares. Para que se escolhe um profissão destas? Para ganhar rios de dinheiro?

Silêncio sobre politiquice agora pelo Natal. Silêncio meu, claro!

Quero mesmo tirar o ruído da minha cabeça. Há realmente um lado muito negro ( deve ser the dark side of the force) na politiquice , vem ao de cima o pior de todos nós. Claro que haverá sempre quem se ache detentor da verdade, quem ache que todos os outros são burros. Só os factos que podem ser verificados dão razão em política. Quanto à verdade, é patético ver gente inteligente falar como se houvesse só uma. Talvez haja só uma, mas entramos no domínio da regilião , odiada por muitos desses que são as novas pitonisas da esquerda ( e da direita, claro, também os há anti religião, na direita).

Silêncio, portanto , pois isto tudo me faz mal, tanto à alma como ao aquilíbrio psicossomático. Podem escrever as bacoradas do costume, quem estiver visado que se defenda.

Fica apenas este conselho (que tentarei aplicar também, sosseguem) cujo autor com certeza reconhecerão, vós os doutores sapientíssimos em tudo, até sabereis a referência completa ( que não coloco intencionalmente, gosto de vos ver googlar, coisa que não vão fazer, estão tão bem assim, esmagando para o recanto da religião, tudo quanto incomoda).

“E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.”